Parte da minha genialidade perdeu-se. Nao consigo descortinar o porque do seu desaparecimento, mas simplesmente sei que perdi uma das muitas coisas que me tornava unico num mundo uniforme e repleto de existências exageradamente iguais a tantas outras. Sinto-me um mero mortal como tantos outros, apesar de nunca o ter sentido. Em tempos soube que era mais que isso, mas agora renego-me a uma insignificancia nada normal para o meu brilhante, ou outrora brilhante, intelecto. Sinto-me comum, nada especial ou até mesmo aborrecido. Como se o facto de ter dado sempre o maximo de mim mesmo me tenha finalmente levado a um limite no qual o meu maximo nao é assim tao extraordinário como sempre foi. Talvez o agir sempre no limite tenha feito com que tenha esgotado tudo o que tenho para dar num periodo de tempo tao recente como este em que me encontro agora. Sempre pensei que essa chama de portentosa espectacularidade que sempre me definiu jamais se apagaria, mas ao fim de tanto tempo ela esgotou-se, nao tendo mais lenha por onde arder. Talvez precise simplesmente de algo novo, uma mudança drástica em vários aspectos que se tornaram redundantes em demasia, aspectos que outrora fascinantes perderam grande parte do brilho e que agora sao simplesmente repetitivos. Sei que estava destinado a grandes feitos, nunca antes alcançados ou sequer pensados possiveis, mas agora sinto que tudo o que me distanciava de tudo me aproximou desse mesmo tudo do qual me tentei sempre distanciar. Ja fui original, criei a minha propria marca e deixei-a nas pessoas que assistiram aos meus momentos gloriosos e no mundo, mas as aguas passadas nao voltam e é impossivel tornar a corrente em sentido contrário numa tentativa desesperada de reviver um passado mais afavel que o futuro que aguarda, impaciente e sempre intoleravel. Pois por muito brilhante que se seja, o brilho nunca é algo que aparece sozinho, é sim um simples reflexo de uma luz que se transcende em nos. E ao que parece, esse mesma luz que me fazia a mim brilhar, extingui-se.
Ou isso ou entao 'tou com sono que ja são 4 da manha e eu estou a escrever cenas demasiado profundas.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
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